Aflito com a morte seu filho, José Everaldo, de 52 anos, vivenciou um
verdadeiro drama na manhã desta segunda-feira (10). Na falta de apoio
dos órgãos oficiais, que, segundo ele, se recusaram a atender seu
chamado, José pediu
uma carroça emprestada, colocou nela o corpo de Eduardo Araújo de
Sousa, de 34 anos, e o conduziu até o Hospital Geral do Estado (HGE), na tentativa de, enfim, ser atendido.
Seu filho morreu neste domingo (9), em sua residência na Favela
Sururu de Capote, vítima de caso clínico envolvendo álcool. De acordo
com José Everaldo, ainda no domingo Eduardo chegou a pedir que chamassem
seu pai, pois estava doente e precisava dele por lá. No entanto, José
Everaldo só pôde ir na manhã desta segunda-feira (10). Com o café da
manhã do filho em mãos, o pai já o encontrou morto.
Desesperado e a ouvir de vizinhos que o Instituto Médico Legal (IML)
não poderia buscar o corpo, por se tratar de morte natural, o homem
tomou uma atitude no mínimo inesperada: levou o corpo do filho ele mesmo
e do jeito que pôde. “Alguém me disse: ou você bota em um carro
particular ou bota em uma carroça e leva”, disse. A única alternativa
viável para ele, no entanto, foi a segunda opção.
De acordo com um agente do Serviço de Identificação de Óbito (SVO),
ninguém telefonou para o órgão e eles só tomaram conhecimento do fato
quando a carroça chegou ao HGE. Na frente do hospital, o corpo foi
recolhido para necropsia e José Everaldo foi atendido.
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