A Polícia Militar expulsou de suas
fileiras, nesta segunda-feira (27), o cabo PM Samuel Silva Souza, 42
anos, que já tem dois homicídios em sua vida pregressa e foi preso em
flagrante na terça-feira de Carnaval, dia 21, por ter assassinado o
jovem Bruno Macena da Silva, de 21 anos, filho de um sargento PM,
durante uma confusão no bloco Tudo Azul, em Murici.
O comandante-geral da PM, coronel Luciano Silva, explicou ao Tudo na Hora que
o processo de expulsão, que estava na Procuradoria Geral do Estado
(PGE), chegou na sexta-feira (24) ao comando da PM, com parecer
favorável à exclusão. Hoje o resultado foi publicado no boletim da
corporação, e agora Samuel Silva Souza é um ex-cabo PM.
Mas ele não foi expulso pelo assassinato
cometido em Murici, e nem mesmo por um assassinato anterior, pelo qual
ele foi julgado e condenado em 2002, quando era soldado.
O que levou à expulsão de Samuel Souza foi um processo interno em que ele é acusado de extorsão e formação de quadrilha.
Em setembro de 2002, o então soldado
Samuel foi levado a júri popular por assassinato. Foi condenado a 12
anos de prisão em regime fechado. Porém, o juiz que proferiu a sentença –
a Polícia Militar não informa o nome do magistrado – “entendeu que o
réu não deveria perder a função pública de policial militar”.
Resultado: depois de cumprir 1/6 da pena
(ou seja, dois anos e dois meses), Samuel ficou livre e voltou a ser um
policial militar em plena atividade. E voltou a cometer crimes,
inclusive de morte.
O comandante da PM disse que além de
responder pelo assassinato de Bruno Macena, e duas tentativas de
homicídio, o ex-cabo Samuel, que está preso, também responderá pelos
outros crimes dos quais é acusado, inclusive porte ilegal de arma. No
dia em que matou Bruno Macena e feriu outras duas pessoas, Samuel estava
oficialmente licenciado da PM “para tratamento de saúde” – e foi
flagrado armado, aparentemente sob efeito de álcool e num bloco de
carnaval.
Pai da vítima culpa Justiça
Na quarta-feira da semana passada (22),
no velório do jovem Bruno Macena, em Maceió, seu pai, o sargento PM
Ernande Macena da Silva, culpava a Justiça pela morte do filho. “Se ele
[o cabo Samuel] tivesse sido excluído da PM quando cometeu outros
crimes, não estaria armado no bloco, e meu filho não teria morrido”,
dizia, revoltado, o pai da nova vítima de Samuel. “Como pode um policial
que já foi acusado de roubo, segundo me informaram, vestir a farda da
PM? A minha maior revolta é com a Justiça”, desabafou.
Cabo provocou confusão
Na terça-feira do desfile do bloco Tudo
Azul, em Murici, segundo relatos de testemunhas, o cabo Samuel provocou
confusão, aproveitando que estava armado. Quando um grupo de pessoas foi
abordá-lo, o cabo sacou sua arma e disparou várias vezes. Um tiro matou
Bruno Macena da Silva. Outros disparos feriram o major PM Marcelo
Araújo de Souza e outro cidadão, Marcone da Silva.
Fonte: TudonaHora
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